16 setembro 2013

S de sensações

Ontem tive uma lição de vida.
Enquanto esperava pelo elefante, sim para ficar sentada fiquei uma hora à espera.

Atrás de mim estava um grupo de gente bem disposta que conversava e combinava novas atividades entre passeios e visitas a museus. Juntei-me à conversa dos museus, seus horários e entradas livres. Uma das senhoras comentou a falta de descontos para deficientes, muitos deles sem capacidade de obter rendimentos como era o caso do seu filho.

Começámos um diálogo as duas sobre tudo e sobre nada. Desde a isenção de pagamento de parquímetros em Lisboa, finalmente em vigor desde o início de Agosto até ao pedir ou não os atestados e direitos associados à deficiência. Quando falámos em estacionamento a senhora contou que na rua dela os próprios vizinhos lhe deixavam o lugar mais perto da sua porta vago, por isso não via necessidade de pedir o lugar marcado.

Também falou na dificuldade de encontrar uma local para o filho prosseguir com os seus estudos, e de como o ensino supostamente integrado não existia pois o filho só estava integrado nas disciplinas que consiga acompanhar como desenho e oficinas e nas outras era deixado num canto à espera que o tempo passasse sem ter uma ocupação alternativa. A opção da senhora foi pôr o filho numa CERCI onde consegue até trabalhar.

O que mais admirei nesta senhora foi a combatividade aliada a um otimismo e a uma fé na vida. Gostei da claridade e sinceridade como falou do se parto e das atrapalhações que levaram à deficiência  do seu filho.

É isto ser resolvido, é isto te paz interior. Conseguir ser, enfrentando as dificuldades e ao mesmo tempo tendo fé na vida e nas coisas boas que ela traz como os passeios com os amigos e o lugar que generosamente lhe deixam vago à porta de casa.

Obrigada a estas mães especialmente à mãe do Ricardo!

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