Pois as fotos têm uma solução trabalhosa mas óbvia:
digitalizadas ocupam muito menos espaço. Já agora ao digitalizar são
selecionadas e identificadas. O tal trabalho para o qual nunca tínhamos tempo
passa a ter um novo objetivo associado e vai-se fazendo.
Minimizar a quantidade de coisas a cuidar também nos dá um
novo tempo livre.
Há ainda as prendinhas e aquelas lembranças que compramos
porque eram souvenires de onde fomos, os bibelots que se vendem ou dão-se para
quermesses e rifas, os mapas desatualizados que se deitam fora.
A propósito de lembranças, no outro dia destralhava
(adicionei o verbo ao vocabulário do corretor ortográfico…) eu dei com um lenço
de homem sem uso (ainda com aquela goma de compra) com uma rosa seca lá dentro
e pensei quem me deu esta rosa? Porque a guardei?
É verdade que se aos 20 nos lembramos bem do que nos
aconteceu mas tarde temos alguma dificuldade de nos lembrarmos de tudo. Assim
verifiquei que não chega guardar a lembrança sem algo que a identifique. Podemos
então fotografar a tal “coisa” e pôr-lhe uma legenda fazer um “diário” para
quando precisarmos de lembrar as coisas boas da vida.
Ao fim de uma semana, depois de a rosa estar no lixo e o
lenço lavado, lembrei-me! Foi o Eduardo que me deu a rosa. Ah! o Eduardo! Que grande
paixão! Que saudades! Imaterializada a “lembrança” traduziu-se em sentimentos,
sensações.