Do episódio da rosa retirei que destralhar coisas é também destralhar
a cabeça. É verdade nós, sem querer vamos destralhando a cabeça, como diria a
Mafalda “como é que tanta coisa nos cabe na cabeça?”
E como escolhemos nós o que fica na cabeça? Uma coisa é
evidente o que é usado muitas vezes é útil e fica. Quem ainda se lembra dos
números de telefone dos mais próximos? Mas durante anos telefonámos para esses
números! Casa dos pais, os trabalhos deles, etc. Pois é, já não é informação
útil, está nas muitas memórias dos vários telefones, ou até nem isso. Mas isto
é apenas válido para as lembranças que são “coisas” que usamos e porque pusemos
outras coisas lá mais recentes com os novos hábitos que fomes adquirindo.
No entanto há memórias que não nos largam, foram guardadas juntamente
com sensações muito fortes. Quando a sensação é boa deliciamo-nos com elas
quando algo faz o click e trá-las de volta.
Mas há as memórias de sofrimento que gostávamos que desaparecessem
e não passam, de algumas nem sequer temos consciência disso mas aparecem nos
momentos menos convenientes… São como elásticos (o nome é dado por IsabelleFilliozat) quando algo nos acontece que nos liga automaticamente a essa
recordação “esquecida” e reagimos como se tivéssemos naquele momento inicial.
Aquilo
que sentimos hoje que é tão parecido com aquilo que sentimos tantas vezes no
passado que nos traz essa sensação vivida e nos faz reagir como se lá estivéssemos.